Sujeitos de suas histórias
O programa, em atuação desde 2015, situa comunidades de Mariana - moradores da cidade e sujeitos atingidos, direta ou indiretamente, pelo rompimento da barragem de Fundão - como cidadãos, protagonistas nos processos de leitura, crítica, produção e circulação de narrativas - verbo-visuais, audiovisuais, sonoras, informativas, educativas, lúdicas. Narrativas que desvelam e resgatam cotidianos, histórias, pertencimento, cidadania, memórias de lugares, pessoas, afetos, em busca de captar e construir identidades, demarcar direitos e erigir imaginários, bem como desconstruir preconceitos e propor imaginários alternativos. Narrativas que propõem alternativas de representação, comunicação e jornalismo. São ações ligadas ao jornalismo cívico, a narrativas orais, sonoras e verbo-visuais e à comunicação enquanto direito humano, prática social e dimensão fundamental da vida. Algumas ações do programa concentram sua atenção em crianças e adolescentes, entendendo-os como sujeitos autônomos e fundamentais da comunicação e, ao mesmo tempo, sujeitos suscetíveis aos discursos midiáticos "mainstream". Portanto, trabalha junto a esses sujeitos também - e constantemente - com literacias das mídias, para oferecer ainda essa dimensão crítica de atuação e consumo midiático. São ações, ademais, cuja importância é patente diante das situações cotidianas em que as hierarquias de gênero se manifestam em violência e ódio; em que as infâncias são cada vez mais caladas e desrespeitadas, agredidas; em que os atingidos pelo colapso de Fundão vivem a iminência de serem reassentados e poderem recomeçar as histórias de vida interrompidas em 2015; em que a cidade de Mariana enfrenta um segundo colapso, urbano, de serviços, devido ao rompimento da barragem.